Quando falamos em cerveja, uma hora ou outra nos deparamos com o seguinte tema: a espuma. Uns gostam, outros não, tem gente que prefere bem espessa, outros um ou dois dedinhos. E, ocasionalmente, recaímos em algumas perguntas muito comuns: Espuma e colarinho são a mesma coisa? Porque a cerveja tem espuma? Qual a sua finalidade? De onde se origina?
Bem, preparamos uma postagem dedicada especialmente ao tema!
Porque a cerveja forma espuma?
Existe em solução na cerveja ou chope um gás, normalmente o chamado Dióxido de Carbono (CO2). Em algumas situações, ao invés do Dióxido de Carbono, encontra-se o gás Nitrogênio (N2), como é o caso da Guinness, mas o princípio é o mesmo.
Quando colocamos a bebida no copo, o gás presente em solução, devido ao decréscimo da pressão, começa a escapar e uma parte se arrasta para a superfície, formando uma camada de espuma – isto devido à energia fornecida ao líquido quando este sofre agitação, micro saliências ou microfissuras no copo e até mesmo pequenas partículas presentes na própria bebida. O barulhinho de gás saindo de uma garrafa de cerveja quando recém aberta é simplesmente a pressão interna da garrafa (maior que a atmosférica), indo de encontro ao equilíbrio com a pressão externa (atmosférica).
Mas… qual a composição da espuma? Qual a sua Finalidade?
A espuma tem em sua composição proteínas, açúcares e componentes do lúpulo, além, claro, de um percentual significativo de álcool. Compete a ela dar à bebida um aroma especial, tendo como outras finalidades evitar o contato do chope ou cerveja com o ar, minimizando a sua oxidação, que leva à formação de aromas indesejáveis, e ajudar a manter a temperatura, sabores e aromas do líquido no copo.
Embora a quantidade de espuma varie entre os estilos de cerveja, e até mesmo entre uma cerveja e chope de mesmo estilo (veremos a diferença entre ambos na nossa próxima postagem), a não formação desta pode ser um indicativo de problemas na carbonatação da bebida, algum tipo de contaminação ou prazo de validade vencido. Obs.: Não se preocupe com desperdício: segundo especialistas, 70% da espuma volta ao estado líquido! Além disso, os outros benefícios que ela traz compensam e muito os outros 30%!
Ok… mas e como ocorre a carbonatação?
Também chamada de colarinho, a sua formação ocorre naturalmente na etapa de fermentação. Mas eis que surge um problema: normalmente, o CO2 formado na fermentação ainda não é suficiente para o nível de carbonatação desejado. Neste caso utiliza-se de técnicas específicas de refermentação com mosto cervejeiro ou adjuntos, para que a levedura residual presente na bebida se encarregue de produzi-lo, ou mais comum em cervejarias profissionais, a chamada carbonatação forçada, por meio da injeção de CO2 diretamente.
E aí, gostou? Independentemente de gosto pessoal, agora você já sabe porque, para que e como se forma esta característica marcante das cervejas.
Quando tomar novamente uma cerveja, após ter lido esta postagem, tente notar as características elencadas acima… aquela espuminha tem muita coisa a mostrar!